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Sobre o dia das mulheres

  • Foto do escritor: Rafaela Chor
    Rafaela Chor
  • 8 de mar. de 2023
  • 3 min de leitura

Ser mulher na sociedade não é para os fracos. Crescemos passando por adversidades que ninguém deveria passar. Desde os primórdios da humanidade tínhamos que lidar com homens nos dizendo como fazer as coisas e nos calando, já que, para eles, não havia nada de útil a ser falado.


Desde que me entendo por mulher, aproximadamente pelos 11 anos de idade, que foi quando menstruei, sinto uma sensação mista que parece nunca sair de mim. Sinto força, garra para lutar e enfrentar qualquer batalha que coloque em risco o meu feminino, mas também me sinto vulnerável, porque sei que só o meu corpo não vai ganhar luta alguma com algum homem que vier a me enfrentar. Isso por diversas questões, sejam elas físicas ou pelo próprio sistema imposto pela sociedade.


Andar com as chaves nos dedos, com canivete na bolsa, já fiz de tudo. Já respondi comentários maldosos na rua, reagi a assédios, mas nada disso me fez sentir segura em nenhum momento. Pelo contrário, eu nunca me senti tão nua.


Então como fazemos para trazer segurança?


Não há uma resposta certa aqui, eu gostaria muito de ter. Mas, o que podemos fazer hoje é espalhar para todos os homens que conhecemos o que realmente queremos no dia das mulheres. Que deveria ser o mínimo que eles já deveriam fazer.


Dizer que queremos o respeito, que queremos a equidade, a cumplicidade, oportunidades no mercado de trabalho, salários iguais, queremos tudo aquilo que já deveria ser feito.


Não queremos flores, não queremos chocolates, ursinhos de pelúcia, não queremos declarações românticas. Queremos a chance de disputar a mesma vaga que eles numa empresa baseada no nosso potencial de atuação no mercado e ganhar bem por isso.


Não há quem diga que as ruas são um local seguro para as mulheres, na verdade, em todo o planeta, não existem lugares totalmente seguros para sermos mulheres. Temos que andar com um olho nas costas para enxergar o que está vindo por trás.


Segundo um relatório feito pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), estima-se que ocorram 822 mil casos de estupro no Brasil por ano. Desse total, apenas 8,5% deles chegam ao conhecimento da polícia e 4,2% são identificados pelo sistema de saúde. Os dados apontam que mais de 80% das vítimas são mulheres.


Isso é assustador. Qualquer mulher ou menina sabe que quando se anda na rua há grandes chances de algum homem mexer com você de algum jeito, seja física ou verbalmente. É natural que sintamos mesmo, mas é absolutamente problemático que sintamos medo o tempo todo.


Ninguém deve viver baseando-se no pensamento de que poderá ser agredida, que poderá sofrer algum tipo de violência psicológica. Ser mulher é poder se expressar e sentir.


Ser mulher é poder pisar com os pés descalços na grama e sentir sua ancestralidade, é sentir na garganta o uivo da mulher loba que se esconde dentro de cada uma de nós, é bater no peito com orgulho quando uma das nossas irmãs conquista alguma coisa.


Ser mulher é proporcionar um ambiente seguro para quem vier, é respeitar todas as diferenças e deixar que o amor prevaleça, é caminhar em conjunto e unir forças para um bem maior.


Ser mulher é ter o poder de dançar sozinha, de se amar incondicionalmente e se colocar em primeiro lugar. É ter o poder de escolha de gerar a vida, de pensar no que é melhor para a próxima pessoa.


Ser mulher é ser livre.





 
 
 

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