O amor é feito de primeiros
O óbvio nunca nos foi o destino final. Duas mulheres, dois ventres, duas formas de sentir completamente diferentes uma da outra, e isso é o que nos move.
Não criamos tradições propositalmente e, sim, deixamos com que elas aconteçam naturalmente, fazendo com que cada momento seja original e sentido da forma mais crua possível.
Nós fazemos a nossa própria caminhada e não há quem possa nos convencer a fazer o contrário. Beijar-te os lábios no primeiro dia do ano certamente não parece ganhar se compararmos a beijá-los quase todos os trezentos e sessenta e cinco que virão depois.
Ah, mas o amor é feito de primeiros, não é mesmo? Mas que os nossos primeiros nunca sejam simultâneos com os alheios, pois que graça haveria em seguir uma receita de bolo para relacionamentos felizes e instagramáveis?
Eu quero o cru, quero borrar teus lábios de batom vermelho para perder a pose em meio a uma multidão que se acostumou a mantê-lo dentro das linhas que formam suas respectivas bocas padronizadas.
Eu quero o sujo, quero a chuva, eu quero a realidade não transmitida nos programas de televisão, eu quero o humano mais original que possa existir. E não me venha com um buquê de flores perfeitamente enrolados em plástico com flores sortidas as quais você nem sabe o nome.
Me roube uma fruta do pé de uma árvore na qual você terá que escalar para alcançar, me plante uma semente e faça a melhor analogia que vier em sua cabeça.
Eu quero você e é só isso. Sem laços de enfeite ou adornos.
Eu quero me sujar com você com o que a vida coloca debaixo dos nossos pés, preparadas para andar descalças na areia morna e, também, para mergulhar até os joelhos em poças d’água depois de uma tempestade inusitada.
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