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  • Foto do escritor: Rafaela Chor
    Rafaela Chor
  • 20 de ago. de 2021
  • 2 min de leitura


Ei, não se acanhe por estar aqui. Eu prometo que também estou. Somos dois universos distintos que sentiram dentro das vísceras um desejo descomunal de estar em duas, num momento breve, para unificar todas as imperfeições que se encaixam perfeitamente umas nas outras.


Olhe diretamente para os meus olhos e perceba que não existe qualquer cenário que faria com que eles se tornassem opacos por mentiras ou tudo o que não for o cru. O aqui. Teus olhos sempre me disseram histórias diversas que, por uns breves segundos, podia jurar que via a paleta das suas órbitas trocarem de cor.


Talvez eu já esteja embriagada ou talvez você tenha uma força da natureza que faz com que o mundo se desdobre ao lidar diretamente com o que é teu. Eu sou suspeita para falar, pois a cada dia que você me dá o prazer da tua companhia, eu enxergo tudo através de uma lente.


Lente essa que me permite ter sentidos seletivos que não param só nos olhos. Lente essa que coloca em pause todos os sons do disco arranhado do mundo, meus tímpanos vibram pela tua voz ao tocar-me os lábios ao dizer que eu fui o maior achado da tua vida, e que de todas as pessoas do mundo cujos lábios você já tocou, os meus foram os que mais derramaram poesia.


Você sabe que nós nunca fomos de segundos sentidos, porque logo de primeira, as nossas vontades, intenções e tesões foram colocados para fora através de uma conversa ou outra sobre o que havia de bom para aquela noite, mesmo sabendo que a resposta não seria nada que saísse muito da rotina.


Eu sempre fiz questão de dizer que as minhas coxas imploram para que as tuas venham ao encontro delas. Nunca omiti o fato de que meus pelos do corpo inteiro se levantam ao ouvir você dizer o meu nome, mesmo quando eu sei que você está a articular coisas sem nexo que eu mal consigo compreender.


Meu bem, nossos planetas que, antes giravam em suas próprias órbitas, hoje circundam o querer mútuo de duas mulheres completamente nuas de pensamento, corpo e intenções que se unificaram para fazer com que o próprio planeta terra visto de fora não seja nada mais que um rabisco comparado a nossa arte.


Você não me assusta e eu espero nunca te assustar. Esse mundo já nos dá inconformidades suficientes que nós entramos num acordo silencioso de que tudo que sai de nossas pregas vocais são puramente verdade, e que todas as vontades de beijar os lábios sejam de fato vindas das vísceras.


Não se acanhe, jamais, meu bem. O mundo já foi nosso e, hoje, o somos feitas de universo. Circundo teus ombros com língua e beijos marcando em pele os trajetos desconhecidos que faço questão de desvendar todos os dias em que acenamos com os olhos que a porta da nossa casa está aberta.


E Esse é o momento em que te convido para entrar e sair quando quiser, esperando que você fique.




 
 
 

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